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domingo, 23 de novembro de 2008

Aos nossos filhos...


Ela se foi hoje. Domingo. Mais uma vez foi para longe de mim. Pegou o ônibus e foi lá pras bandas de Belo Horizonte continuar o círculo vicioso de sua vida. Ai, como pais sofrem! Não foi fácil subir as escadas de casa e não vislumbrar aquele rostinho lindo parado na porta dizendo: "Mommy!!!!". Definitivamente entreguei seus caminhos ao Meu Senhor e sei que Ele prepara algo maravilhoso para sua vida...sinto...mas também sinto tantas saudades!!! Como é difícil te ver sempre partindo. Como é difícil não te ter mais perto de mim, sentada em meu colo. Como é doído não ver mais seu rostinho gordinho a me fitar querendo comer mais alguma coisa. Ser mãe é mesmo um martírio, mesmo que seja uma sublime missão, mas é como se carregássemos uma ferida em cada pedacinho de nosso coração pronta a abrir e doer.

Somos egoístas. Sei que somos. Gostaria que todos os nossos filhos entendessem nossos sentimentos, mas só o sentirão quando forem pais. Pode parecer profecia barata, mas é a pura verdade. Nunca me convencerei que eles crescem e que já não nos pertencem mais...Não quis levá-la na rodoviária. Não desta vez. Não queria que me visse novamente em meio à lágrimas e por isso desisti.

Queria tanto que o tempo voltasse e me desse a oportunidade de, novamente, poder vê-los pequeninos...mas o tempo não pára. Lembrei-me de uma música antiga de Ivan Lins, chamada "Aos nossos filhos", cuja letra reproduzo agora na certeza de que expresso toda a dor da partida, a dor da saudade e a dor de que ficou algo a mais a dizer...


"Perdoem a cara amarrada,

Perdoem a falta de abraço,

Perdoem a falta de espaço,

Os dias eram assim...

Perdoem por tantos perigos,

Perdoem a falta de abrigo,

Perdoem a falta de amigos,

Os dias eram assim...

Perdoem a falta de folhas,

Perdoem a falta de ar,

Perdoem a falta de escolha,

Os dias eram assim...

E quando passarem a limpo,

E quando cortarem os laços,

E quando soltarem os cintos,

Façam a festa por mim...

E quando lavarem a mágoa,

E quando lavarem a alma,

E quando lavarem a água,

Lavem os olhos por mim...

Quando brotarem as flores,

Quando crescerem as matas,

Quando colherem os frutos,

Digam o gosto pra mim...

Digam o gosto pra mim..."

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